quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pela 1ª vez, Messejana entre bairros mais aquecidos 28/4/2011

Pela 1ª vez, Messejana entre bairros mais aquecidos
28/4/2011

Messejana, um dos bairros mais tradicionais da Capital cearense, pela primeira vez na série histórica dos estudos do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação do Ceará (Secovi-CE), entrou na lista das seis localidades que tiveram o maior aquecimento do mercado imobiliário em um período de 12 meses. A comercialização de imóveis ultrapassou R$ 151 milhões naquele bairro, em 2010. Os dados foram apresentados, ontem, em coletiva para a imprensa no Gran Marquise Hotel, no Balanço do Mercado Imobiliário de Fortaleza e da Região Metropolitana, feito pelo Instituto de Pesquisas e Estatísticas do Secovi (Inpes).

De acordo com o presidente da entidade, Sérgio Porto, a maior oferta de crédito, facilidade para a realização de financiamentos e o ganho real no salários das classes C e D motivaram o aumento das negociações em Messejana e em outros bairros como o Montese, por exemplo.

Porto das Dunas lidera

Nem Meireles, nem Aldeota, tampouco bairro de Fátima assumiram a ponta no volume de vendas imobiliárias. Os tradicionais locais de maior movimentação financeira até voltaram, ao lado do Cocó, a figurar entre os bairros onde houve mais movimentação financeira, em Fortaleza, no ano passado. Contudo, todos foram desbancados pelo Porto das Dunas, em Aquiraz, situado na Região Metropolitana de Fortaleza, localidade que apresentou o mais alto volume movimentado em 2010, pouco mais que R$ 571 milhões. "Há uma tendência, especialmente depois do Acqua Ville, das classes A e B procurarem aliar lazer e moradia. Além disso, há estrangeiros que desejam instalar a 3ª residência em outro País e escolhem o Ceará, para passar uma temporada", comentou Sérgio Porto.

Entraves

Segundo ele, é necessário superar mais barreiras na liberação do crédito, apesar do muito que já se avançou. "Não que seja uma crítica à Caixa, que teve de se reinventar ao pular de R$ 4 bilhões para R$ 56 bilhões financiados, mas precisamos de mais competitividade entre os bancos. Esse mercado ainda é muito concentrado na Caixa", sugeriu. Segundo ele, a concorrência mais acirrada entre as instituições bancárias para financiar a compra da casa própria é interessante para o mercado.

Outro problema mais local, segundo Porto, é a questão do terreno. Ele defendeu a aplicação do IPTU progressivo para reduzir as especulações e estratagemas de pessoas que tiram proveito da valorização de alguns bairros. "Sou contra a especulação. Na área do Castelão, por exemplo, muitos estão falando em deixar o terreno sem empreendimentos até ficar mais caro para a Copa de 2014. Com o aumento progressivo do IPTU, essa prática pode ser inibida".

Sérgio Porto destacou uma reformulação no Secovi. "O Sistema Secovi teve de se reinventar, mudamos a logomarca, incorporamos cinco entidades. Tivemos que reaprender a vender, a refazer planilhas e a negociar não só com as classe A e B, mas também com as mais emergentes", resumiu.

BOOM DO SETOR
Vendas de imóveis chegam a R$ 2,5 bilhões na RMF

Setor imobiliário da RMF movimentou 70% a mais do que no ano passado, quando foi girado R$ 1,4 bilhão

O volume total movimentado no ano passado foi oficialmente divulgado, ontem, pelo Secovi-CE. Foi atingido o valor recorde de R$ 2,5 bilhões com a venda de imóveis na RMF, um montante um pouco acima do que já havia sido antecipado há menos de um mês pelo próprio presidente da entidade. A elevação foi de 70% sobre similar intervalo do ano imediatamente anterior (R$ 1,4 bilhão), e de 324% sobre o fluxo registrado há cinco anos (R$ 593 milhões).

Já o valor médio do metro quadrado da Capital cearense também subiu. Saiu de R$ 2.942,48, em 2009, para R$ 3.466,71, no ano passado. Um acréscimo de 17,8%. "O que existe é uma equalização em todas as grandes cidades do Nordeste", comentou o presidente do Secovi-CE, Sérgio Porto.

Ele destacou a alta de 71% no preço do metro quadrado do apartamento de apenas um quarto. "Houve esse aumento por conta do perfil dos compradores. Homens com mais de 40 anos, solteiros, com a parte financeira consolidada, e com desejo de viver em bairros mais nobres", ressaltou.

Dois quartos

Em contrapartida, houve uma leve retração no custo do metro quadrado para apartamento de dois quartos (-5,81%). Nesse caso, contou Sérgio, é uma tendência de oferecimento maior desse tipo de imóvel para camadas mais populares ao invés das classes A e B. "Houve uma oferta muito grande para as classes C e D. Por isso, caiu o valor dos imóveis", complementou, lembrando que no próximo balanço será contabilizado o total movimentado pelo programa de habitação do governo federal Minha Casa, Minha Vida. "No próximo levantamento, traremos segregada essa informação e também o valor somado com as unidades contratadas do Minha Casa", contou.

No quesito unidades vendidas, o Secovi-CE indicou que houve um acréscimo de 44,5% em 2010 sobre igual período imediatamente anterior.

Unidades vendidas

Foram vendidas 8.368 unidades ante 5.791, em 2009. Em relação a 2008, quando foram comercializadas 5.264, o crescimento foi de 58,9%. A média mensal de vendagem de imóveis foi de R$ 209 milhões ante R$ 123 milhões de 2009. Alta de praticamente 70%.

"Se hoje não fizéssemos mais nenhuma incorporação até o fim do ano, tudo o que já foi lançado seria vendido em oito meses", com essa declaração, o presidente do Secovi-CE abriu a apresentação que mostrou o comportamento do mercado em relação aos imóveis lançados, em 2010. Segundo ele, os números mostram uma tendência de verticalização.

Verticalização

"No ano passado, foram lançados 73 empreendimentos com 9.583 unidades, no total. Em 2009, foram 53 novidades, com 5.622 unidades. Isso mostra o fenômeno de mais torres em cada lançamento desses", disse.

Outro indicador importante foi o Índice de Velocidade de Vendas (IVV). Conforme o Secovi, em 2010, de cada 100 imóveis colocados à venda, 12 foram comercializados mensalmente. O IVV bateu 12,63% ante 9,68%, de 2009, e 7,78%, de 2008, evidenciando dinamismo e aquecimento do setor.

BAIRRO TAMBÉM EM ALTA
Guararapes ´injustiçado´ no ranking

Contestando os dados apresentados pelo Secovi referentes aos bairros da cidade que movimentaram maiores quantias durante o ano passado, o proprietário da construtora Dias e Sousa, Patriolino Ribeiro, garantiu que o bairro Guararapes estaria, pelo menos, entre os cinco primeiros do ranking.

De acordo com ele, foi movimentado um montante de cerca de R$ 170 milhões em comercialização de empreendimentos no Guararapes, o que representa um valor acima dos R$ 151 milhões registrados pelo Secovi em vendas no bairro da Messejana, o sexto do ranking.

"Foram, realmente, vendidos muitos empreendimentos; movimentado um valor muito grande em uma velocidade excepcional no Guararapes durante o ano de 2010", garantiu Ribeiro. De acordo com ele, algumas construtoras tiveram, no período de apenas 15 dias, a venda de apartamentos e salas comerciais encerrada.

Confusão geográfica

A explicação para o bairro não ter figurado entre os que tiveram maiores índices de venda na Capital pelo Secovi se dá, segundo o próprio Ribeiro, por uma "confusão a respeito dos limites do Guararapes".

"O Guararapes começa na altura da concessionária Iguauto, na Rua Rogaciano Leite, e segue até a Câmara Legislativa, até a Faculdade 7 de Setembro, voltando pela Avenida Washington Soares", afirmou o empresário. O que ocorreu, segundo Ribeiro, é que muitas das construtoras não conhecem os limites exatos do bairro e acabam repassando dados equivocados para o Secovi.

Secovi responde

Diante do protesto, o presidente da Secovi, Sérgio Porto, admitiu que não conhecia os limites mencionados por Ribeiro e, em seguida, afirmou que os números do Guararapes estariam "diluídos entre Aldeota e Cocó".

Porto ainda garantiu que iria conferir junto ao Inpes para constatar tais limites e verificar o investimento de construtoras na área determinada.

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